Câmara aprova moção de protesto ao governador Mauro Mendes

Vereadores Marcos Menin (DEM) e Tuti (PSDB) votaram contra a moção. Presidente se manifesta contrário a propositura e defende o diálogo

A Câmara Municipal de Alta Floresta aprovou na Sessão Ordinária de terça-feira (11.06) a Moção nº 023/2019 com manifesto de protesto ao governador de Mato Groso, Mauro Mendes (DEM) e a Secretaria de Estado de Educação pelo não cumprimento integral das Leis 510/2013 e 10572/2017 (RGA); manutenção ineficiente das escolas do Estado (quilombolas, indígenas, plenas, do campo e regulares); e conclusão do chamamento dos concursados da educação para as vagas disponíveis.

A moção assinada pelos vereadores Silvino Carlos Pires Pereira “Dida” (Cidadania), Mequiel Zacarias Ferreira (PT) e Elisa Gomes Machado (PDT), também declara apoio à categoria dos profissionais da educação na greve em curso e reivindica o atendimento e priorização das demandas apresentadas pela categoria.

O vereador Mequiel citou que a proposta feita recentemente pelo governo para resolução dos problemas não satisfez os profissionais da educação e não atende minimamente o que está previsto na legislação. “Se temos a lei do piso (salarial), se temos a lei do RGA, se temos as nossas escolas que precisam da infraestrutura, o governo tem sim que priorizar assim como a saúde. Nós precisamos nos posicionar e protestar contra o governo, é extremamente legítimo porque precisamos mostrar a nossa preocupação do ponto de vista de incisividade, a gente também tem que pressionar quando o momento requer uma pressão maior”, disse.

O vereador Charles Miranda Medeiros (PSD) também assinou o protesto. “Se a gente começar a alisar agora o governador depois não controla mais, então tem que protestar e tem que cobrar”, disse.

A vereadora Elisa Gomes Machado disse que é preciso tomar postura em relação aos recursos do governo do estado para o município, e citou como exemplo as dificuldades nos setores da saúde principalmente, com a dificuldade de implantação dos leitos de UTI. “É de tanto dialogar que as coisas não vão bem no Estado nem no município, então precisa fazer algo mais pontual”, afirmou.

O vereador Valdecir José dos Santos “Mendonça” (PSC) considera que a moção de protesta está chamando o Governo do Estado para o diálogo. A participação dos deputados na defesa dos direitos principalmente dos profissionais da educação também foi questionada pelo vereador. “Cadê os nossos representantes lá em Cuiabá, estão com medo”, questionou ao cobrar apoio dos parlamentares na luta para assegurar os direitos das categorias.

Mesmo não votando a matéria por questões regimentais, o presidente da Casa de Leis, vereador Emerson Sais Machado (MDB), deixou claro o seu posicionamento contrário a moção e defendeu o diálogo lembrando que o Poder Legislativo ainda não havia tentado contato com o Governo do Estado visando tratar sobre as demandas dos profissionais da educação e as demandas da saúde, por exemplo. “Não estou defendendo governo, mas no começo de um mandato a gente fechar as portas, por exemplo, quero ir a Cuiabá levar esse pedido para que o teste seletivo seja feito para novas vagas (no hospital regional), chego lá o governo está com uma moção de protesto que eu assinei contra ele, eu fecho as portas, entre outros projetos que a gente tem e que dependem do governo. Então, acho que o diálogo ainda é o melhor caminho, até porque a Casa de Leis não fez nenhum contato com o governo a respeito desse assunto”, ressaltou.

O vereador Marcos Roberto Menin (DEM) também defendeu o diálogo. “Pior que isso foi feito nos anos passados e a Câmara não se movimentou assim. Agora com seis meses de mandato vamos crucifica-lo? Não. Vamos tentar o diálogo porque está tentando (governo) colocar nos eixos e acho que o prazo ainda é curto, mas não sou contra a classe dos professores, tem o meu apoio, direito tem que ser dado, então, temos que conversar, ver a melhor forma para se fazer. Torço para que o governador tenha diálogo com as pessoas”, disse ao informar que também estará indo a Cuiabá juntamente com o presidente Emerson Machado para falar com o governador.

Os vereadores Marcos Roberto Menin e Oslen Dias dos Santos “Tuti” (PSDB) votaram contra a aprovação da moção. Já os vereadores Dida Pires, Mequiel Zacarias, Demilson Nunes Siqueira (PSDB), Dr. Charles, Luiz Carlos de Queiroz (MDB), Cida Sicuto (PSDB), José Aparecido dos Santos “Cidão” (MDB), Elisa Gomes Machado e Mendonça, votaram pela aprovação. O vereador Eloi Crestani (MDB) não participou da sessão por estar afastado para tratamento de saúde.