Câmara de Alta Floresta realiza Audiência Pública para discutir os problemas do setor público da saúde

Ação proposta ao Ministério Público Estadual terá objetivo de bloquear recursos do Governo de Mato Grosso para o pagamento das dívidas do Estado com os municípios e com o Hospital Regional

LINDOMAR LEAL
Assessoria de Imprensa
Câmara de Vereadores

A Câmara Municipal de Alta Floresta realizou na noite de sexta-feira (16.03) uma Audiência Pública com o propósito de discutir com a sociedade civil organizada e as autoridades políticas de Alta Floresta e região, bem como com a população, a crise do setor público da Saúde.

A Audiência Pública foi conduzida pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Emerson Sais Machado (PMDB), e contou coma presença da prefeita de Carlinda, Carmelinda Leal Martines (DEM), do Promotor da Cidadania da 1ª Promotoria de Justiça Civil de Alta Floresta, Luciano Martins da Silva, o Defensor Público Tulio Ponte de Almeida, os presidentes das Câmaras Municipais de Carlinda, Damião de Souza Santos (PDT), de Nova Monte Verde, Francisco Antônio Sevallo (PMDB), e de Nova Bandeirantes, Adelino Schmoller (PSB), além de vereadores desses municípios e dos secretários municipais de saúde de Alta Floresta, Carlinda, Nova Bandeirantes e Nova Monte Verde.

Os vereadores de Alta Floresta Aparecida Scatambuli Sicuto (PSDB), Charles Miranda Medeiros (PSD), Elisa Gomes Machado (PDT), José Aparecido dos Santos – Cidão (PMDB), José Eloi Crestani (PMDB), Luiz Carlos de Queiroz (PMDB), Marcos Roberto Menin (DEM), Mequiel Zacarias Ferreira (PT) e Oslen Dias dos Santos – Tuti (PSDB), também participaram da Audiência Pública. A advogada Nelma Bethânia Sicuto representou o deputado estadual Romoaldo Júnior, a secretária executiva do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Alto Tapajós, Lenir Jerônimo, representou o presidente do consórcio e o vereador Valdecir José dos Santos – Mendonça (PSC), líder do Executivo no Legislativo Municipal, representou o prefeito de Alta Floresta Asiel Bezerra de Araújo.

Mais de 200 pessoas lotaram o Plenário da Câmara Municipal de Alta Floresta, com destaque para o município de Carlinda que contou com dois ônibus para transportar dezenas de pessoas que vieram exclusivamente para participar da audiência pública. Os municípios de Paranaíta e Apiacás foram os únicos que não enviaram representantes.

Realizada como foram de instrumento político da democracia, a Audiência Pública da Saúde foi provocada pelo presidente Emerson Machado e teve como principal foco a dívida do Governo do Estado com os municípios que integram o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Alto Tapajós, bem como os atrasos de repasses para o Hospital Regional Albert Sabin de Alta Floresta.

A prefeita de Carlinda cobrou o cumprimento da obrigação do Estado com os municípios e melhorias na estrutura de atendimento do Hospital Regional, que conforme ela vem atendendo no limite. “Dessa reunião está surgindo a oportunidade de mostrarmos para os nossos representantes que o nosso povo está unido. Estamos aqui como representantes do povo para o que der e vier. Estamos juntos, o que for preciso fazer nós faremos”, afirmou Carmen Martines.

Além dos atrasos nos repasses para o Hospital Regional, os municípios também buscam resolver com o Governo do Estado as pendencias para a Atenção Básica. Alta Floresta, por exemplo, tem para receber do Estado mais de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) referente aos repasses de 2016, 2017 e 2018. “O governo não está priorizando a saúde, infelizmente”, lamentou o presidente Emerson Machado.

Como resultado da Audiência Pública será feito um levantamento do valor que o Governo de Mato Grosso está devendo para a Atenção Básica dos municípios e para o Hospital Regional de Alta Floresta. Esse levantamento vai embasar uma ação de bloqueio de recursos do Estado para o pagamento dessas dívidas. A ação será proposta ao Ministério Público Estadual (MPE).

Também foi apresentado durante a Audiência Pública, pelo diretor do Hospital Regional, José Marcos dos Santos, que o Governo do Estado pagou, entre os dias 15 e 16, R$ 5.600.000,00 (cinco milhões e seiscentos mil reais). No entanto, o hospital está atendendo apenas casos de urgência e emergência. As demandas eletivas não são atendidas pelo Hospital Regional, porque a dívida de anos anteriores mais o mês de janeiro de 2018 é de R$ 6.739.784,00 (seis milhões, setecentos e trinta e nove mil, setecentos e oitenta e quatro reais).

O Promotor Luciano Martins da Silva considerou a Audiência Pública um caminho para buscar a solução para os problemas do setor da saúde. Ele criticou a forma com que os recursos são geridos. “Esse trabalho tem que ter continuidade, tanto no âmbito jurídico quanto político também. O Ministério Público é parceiro, estou à disposição”, disse ao pedir para que os municípios encaminhem a documentação que comprovem os atrasos nos repasses, para que o MPE possa tomar providências. “A gente vai tomar providências para tentar resolver esse problema, não é garantia de solução, mas a gente tem que fazer o máximo que estiver ao nosso alcance”, completou.

O presidente Emerson Machado cobrou prioridade para a saúde e a união das autoridades políticas da região, para defender os interesses da população em busca de solução para o problema do setor público da saúde da região. “A Audiência Pública que a Câmara Municipal de Alta Floresta realizou na noite de sexta-feira mostrou para a sociedade que nós não estamos de braços cruzados e mostrou para o governador que nós queremos resolver o problema da saúde, porque do jeito que está não dá mais para ficar, a sociedade está sofrendo. Não estamos de olhos fechados e braços cruzados. Vamos entrar com uma ação contra o governo para bloquear recursos para que ele possa cumprir com os repasses e pagar os municípios. Isso não para por aqui, a promotoria vai fazer o seu papel proposto na audiência e eu propus também fazer uma grande caravana, com os vereadores dos seis municípios, sem olhar sigla partidária, porque nós estamos aqui para ficar do lado do povo”, frisou.