Alta Floresta fortalece conscientização contra a hanseníase

Câmara de Vereadores desenvolve campanha de conscientização em parceria com o Centro de Atendimento de Hanseníase
Alta Floresta fortalece conscientização contra a hanseníase

Foto por: Lindomar Leal / Assessoria de Imprensa CMAF

LINDOMAR LEAL

Assessoria de Imprensa

Câmara Municipal

 

A hanseníase é uma doença milenar que carrega um preconceito antigo que prejudica principalmente no tratamento e na recuperação de muitas pessoas. Para reforçar as ações, a Câmara de Vereadores de Alta Floresta desenvolveu uma campanha de conscientização em parceria com o Centro de Atendimento de Hanseníase.

Para a campanha forma produzidos panfletos, banners, outdoor e cartazes como forma de alertar a população para os riscos da doença caso ela não seja diagnosticada no início.

Outro objetivo da ação foi destacar a atuação do Centro de Atendimento de Hanseníase principalmente na reabilitação dos pacientes, um dos principais atendimentos que conta com toda atenção e cuidado dos profissionais.

“A fisioterapia vai atuar na parte anti-inflamatória, na analgesia. O paciente tem lesões nos pés, feridas, a gente vai atuar com a palmilha, com a configuração da palmilha para redistribuir melhor o peso desse paciente no pé e melhorar a cicatrização dessa ferida, tem um laser terapia, tem toda essa parte de curativo dentro do centro de hanseníase, que vai atender essa pessoa que está necessitando de um tratamento mais especializado”, frisou o fisioterapeuta André de Brito.

Ele destaca também que não é necessário separar os pertences da pessoa com hanseníase dos demais membro da família.

“Não precisa separar talheres, toalhas, copo, pode abraçar, a pessoa que está em tratamento não transmite. Então, isso se encontra ainda nas pessoas com esse tabu, que tudo tem que separar. Você explica e ainda a pessoa fica achando que tem que separar e não necessita separar”, ressaltou.

A enfermeira Letícia Viotto explica que o município de Alta Floresta também conta com o ERA (Ambulatório de Atenção Especializada Regionalizado em Hanseníase).

“A gente atende não só Alta Floresta, mas toda a região. E nesse mês a gente intensifica um pouco essas ações quanto à divulgação na mídia local, mutirões de busca ativa de casos novos, exame de contatos, para que a população lembre da hanseníase. Nós não podemos esquecer que estamos em um estado hiperendêmico para a hanseníase. Então, as pessoas precisam lembrar dos sinais e sintomas em relação às manchas, dor, perda de pelo, caroços no corpo. Então, as pessoas precisam lembrar desses sintomas que, infelizmente, na rotina do dia a dia, acaba sendo a última coisa a ser pensada”, ressalta.

Viotto lembra que a hanseníase é uma doença que tem cura e além do tratamento ser oferecido pelo município toda a medicação é disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“A partir do momento que tomou a primeira dose da medicação a pessoa não transmite mais a doença, então, as pessoas precisam também ter essas informações, precisamos divulgar essas informações para que a gente venha conseguir aí um diagnóstico precoce, o exame dos contatos para quebrar a cadeia de transmissão da doença e acabar com esse estigma, com esse tabu em relação a hanseníase”, destacou.

Entre janeiro e novembro de 2023, o Brasil diagnosticou ao menos 19.219 novos casos de hanseníase. Mesmo que preliminar, o resultado já é 5% superior ao total de notificações registradas no mesmo período de 2022.

Segundo as informações do Painel de Monitoramento de Indicadores da Hanseníase, do Ministério da Saúde, o estado de Mato Grosso segue liderando o ranking das unidades federativas com maiores taxas de detecção da doença.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, de janeiro a dezembro de 2023, foram registrados um total de 4.212 novos casos no estado superando em 89% as 2.229 ocorrências de 2022. Em seguida vem o Maranhão, com 2.028 notificações, resultado quase 8% inferior aos 2.196 registros anteriores, e Pernambuco, com 1.515 notificações, resultado 12,52% menor que aos 1.732 casos anteriores.

Neste cenário estadual, em Alta Floresta, de novembro a dezembro de 2023, foram 30 novos casos registrado, segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), um aumento de 3,4% em relação a 2022.